quinta-feira, 4 de março de 2021

ROSTO DESCOBERTO


TEXTO: E não somos como Moisés, que punha véu sobre a face, para que os filhos de Israel não atentassem na terminação do que se desvanecia. E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito.” (2 Coríntios 3.13,18)

INTRODUÇÃO: O apostolo Paulo aborda neste texto um comportamento e esse comportamento é completamente reprovado por ele.

·         Paulo ao dizer que não somos como Moises, ele não está falando de uma qualidade ou virtude.

Ø  Moises é o maior vulto do Antigo Testamento.

Ø  Ele profetizou a vinda do messias.

·         Paulo neste texto esta apontando um grande erro deste líder.

Ø  Neste texto Paulo de fingimento e falta de transparência.

Ø  E esse erro é algo que todos estão sujeitos a cometer.

TRANSIÇÃO: Por que Moises cobria o rosto?

·         Há um erro em acreditar que Moises punha o véu sobre o seu rosto para que aqueles que olhassem para o seu rosto não ficassem espantados com seu rosto brilhando.

·         Moises fazia exatamente o contrário disso.

·         Moises cobria o rosto para que os israelitas não vissem que a gloria estava sumindo.

·         Nós podemos comprovar isso quando lemos em Êxodo 34.29-35:

Ø  Quando desceu Moisés do monte Sinai, tendo nas mãos as duas tábuas do Testemunho, sim, quando desceu do monte, não sabia Moisés que a pele do seu rosto resplandecia, depois de haver Deus falado com ele. Olhando Arão e todos os filhos de Israel para Moisés, eis que resplandecia a pele do seu rosto; e temeram chegar-se a ele. Então, Moisés os chamou; Arão e todos os príncipes da congregação tornaram a ele, e Moisés lhes falou. Depois, vieram também todos os filhos de Israel, aos quais ordenou ele tudo o que o Senhor lhe falara no monte Sinai. Tendo Moisés acabado de falar com eles, pôs um véu sobre o rosto. Porém, vindo Moisés perante o Senhor para falar-lhe, removia o véu até sair; e, saindo, dizia aos filhos de Israel tudo o que lhe tinha sido ordenado. Assim, pois, viam os filhos de Israel o rosto de Moisés, viam que a pele do seu rosto resplandecia; porém Moisés cobria de novo o rosto com o véu até entrar a falar com ele”. 

Ø  Perceba que o texto diz que as pessoas ficavam assustadas com o rosto de Moises brilhando, porem Moises lhes falou de cara limpa.

Ø  Moises colocava o véu somente depois de falar com os israelitas.

Ø  E fez isto não só na primeira vez em que seu rosto brilhou; toda vez que ele saía da presença do Senhor o comportamento se repetia.

Ø  Moises cobria o seu rosto era depois de falar com o povo.

Ø  Ele ficava com rosto coberto até entrar novamente na presença de Deus e sair com o rosto resplandecendo de gloria.

·         Paulo nos apresenta o erro de Moises em 2Co3.13,18.

Ø  Moisés não queria que os israelitas vissem que a glória estava sumindo.

Ø  Aquela manifestação de glória experimentada pelo homem de Deus não era permanente. 

Ø  Cada vez que esse grande líder de Israel entrava na presença de Deus, recebia uma “recarga” de glória. 

Ø  E Moisés, como líder que já havia aparecido em público com o rosto brilhando, não queria que as pessoas vissem que a glória estava sumindo.

FRASE DE LIGAÇÃO: Vamos aprender algumas lições com esse texto.

1.    DIFICULDADE DE SERMOS VISTOS COMO SOMOS:

I.             Para muitos crentes, depois de terem brilhado diante do povo, a grande dificuldade é serem vistos sem glória, sem unção. 

·         Há, dentro de muitos de nós, uma desesperada disposição de esconder nossas fraquezas e limitações. 

·         Isso é aquilo de nós chamamos de o complexo do super-herói.

·         Quando estamos bem tiramos o véu para que todos vejam nosso brilho, mas quando estamos mal encobrimos o rosto para que todos pensem que estamos bem.

·         O nome desse erro se chama de DISSIMULAÇÃO.

Ø  E o pior erro é querer encobrir.

Ø  Isso começou com Adão e Eva quando tiveram dificuldade de admitir seu pecado e eles se esconderam.

Ø  Esse comportamento do ser humano desde o início da humanidade. 

Ø  Nós temos o problema de não querer que ninguém, nunca, veja qualquer traço de fraqueza ou pecado em suas vidas.

Ø  Isso também aconteceu com Davi quando cometeu adultério com Bate-seba.

v  Então, a tentativa de encobrir o pecado cometido só deixou pior a situação. 

v  O pecado progride de adultério a homicídio, com a consequente perda do filho gerado

v  Se o rei Davi tivesse reconhecido seu pecado, em vez de fazer de tudo para esconder seu erro, a história teria sido bem diferente.

v  Mas como um herói de guerra, um rei, um ungido iria ser visto agora como um adultero?

v  Isso iria ofuscar o seu brilho.

·         É logico que um crente deve ser exemplo.

Ø  O crente deve vencer suas fraquezas, mas não deve esconder as fraquezas que já o venceram.

Ø  Quando um líder crente esconde uma fraqueza, uma limitação (e nem estou falando de pecado agora), sua atitude pode parecer qualquer outra coisa, mas ainda é dissimulação!

·         O apostolo Pedro, um grande líder da igreja, uma das colunas, quando chegou em Antioquia cometeu esse mesmo erro.

Ø  Acabou demonstrando esta inclinação ao fingimento para que sua imagem não ficasse “arranhada” diante dos demais líderes em Jerusalém:

Ø  Veja Gl 2.11-14: Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe face a face, porque se tornara repreensível. Com efeito, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, comia com os gentios; quando, porém, chegaram, afastou-se e, por fim, veio a apartar-se, temendo os da circuncisão. E também os demais judeus dissimularam com ele, a ponto de o próprio Barnabé ter-se deixado levar pela dissimulação deles. Quando, porém, vi que não procediam corretamente segundo a verdade do evangelho, disse a Cefas, na presença de todos: se, sendo tu judeu, vives como gentio e não como judeu, por que obrigas os gentios a viverem como judeus?”  

·         Observemos que Moisés, Davi e o apóstolo Pedro estava preocupado com sua imagem. 

Ø  Esses homens estavam preocupados com suas reputações.

Ø  O que adiante você viver e demonstrar uma coisa que você não é?

Ø  O que adianta você agradar a homens quando de fato desagrada a Deus!

Ø  O que adianta dizer que tem, quando na verdade não tem!

Ø  Deus esta mais interessado em quem você é do que o que você faz para Ele.

Ø  Há uma diferença entre fruto e obras.

v  Fruto é aquilo que Deus faz em mim, obras é aquilo que Deus faz através de mim.

v  Fruto é caráter, obras é reputação.

v  Frutos é aquilo que Deus ver, obras é aquilo que os homens veem.

2.    PREFIRA AGIR COM HONESTIDADE:

I.             Mas ao dizer “não somos como Moisés, que punha véu sobre a face”...

·         Paulo demostra que prefere a agir com absoluta honestidade.

·         Veja o que Paulo diz em 2Co 12.6: Mesmo que eu preferisse gloriar-me não seria insensato, porque estaria falando a verdade. Evito fazer isso para que ninguém pense a meu respeito mais do que em mim vê ou de mim ouve”.  

Ø  Veja que Paulo esta falando de experiências pessoas.

Ø  Paulo aqui estaria dizendo mais ou menos assim: eu poderia impressionar vocês com minhas experiências pessoais.

Ø  Paulo porem não queria que o conceito deles a seu respeito se baseie nisso. 

Ø  Paulo quer que só pensem acerca de dele o que pode ser visto, de forma simples, no convívio diário”.

Ø  Ele diz claramente: “Eu evito que pensem que sou mais do que aquilo que realmente sou”.

Ø  Paulo preferia tirar a máscara e se apresentar da forma mais sincera e autêntica possível.

II.            Sem transparência e honestidade não há transformação.

·         O apóstolo Paulo valorizava muito este princípio, não só em sua própria vida como também na vida daqueles em que investia.

·         Pergunto: O que Paulo viu em Timóteo que o atraiu tanto? Uma fé sem hipocrisia:

Ø  Veja 1Tm 1.5: “Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia. ”

Ø  Outras versões usam as expressões “fé sem fingimento” ou “fé sincera”.

Ø  Em sua segunda epístola a Timóteo, Paulo destaca novamente a fé sem hipocrisia (2 Tm 1.5)

Ø  Isto tudo mostra o quanto o apóstolo levava a sério a questão da transparência, da honestidade e da autenticidade.

3.    CONSEQUENCIAS DE SE COBRIR O ROSTO.

I.             Há algo assustador que percebo no ensino de Paulo, e que deve servir de forte advertência.

·         É que o “véu do engano” que um crente usa pode ser transmitido para os seus outros a sua volta.

·         Veja 2Co 3.14-16: Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido. Mas até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles. Quando, porém, algum deles se converte ao Senhor, o véu lhe é retirado.”  (2 Coríntios 3.14-16) 

·         Observe a expressão “o mesmo véu permanece”

Ø  A Palavra de Deus nos revela que a atitude de fingimento de Moisés passou a operar (na forma de engano espiritual).

Ø  Gente que aprende a ser engano porque se espelhou em alguém.

Ø  Gente que aprende a ser engano porque aprendeu isso com alguém.

Ø  Gente que é desleal e outros estão aprendendo isso com ele.

II.            Por outro lado, também encontramos na Bíblia o fato de que uma “fé sem fingimento” também pode ser transmitida de geração em geração:

·         Veja 2Tm 1.5: Pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento, a mesma que, primeiramente, habitou em tua avó Lóide e em tua mãe Eunice, e estou certo de que também, em ti.”  (2 Timóteo 1.5).

·         Veja que a fé de Timóteo vinha sendo transferida por diferentes gerações.

4.    A GLORIA VEM QUANDO SE REMOVE O VÉU.

I.              A transformação só acontece com o rosto desvendado.

·         Se não “tirarmos a máscara”, o poder de Deus não irá se manifestar.

·         Veja 2Co 3.18: E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito”.  

II.            Precisamos rasgar os corações e não as vestes.

·         A nossa vida com Deus não pode ser um simbolismo e sim uma realidade.

·         O ato de rasgar as vestes em publico era uma pratica dos hebreus para demonstrar suas posições, mas eles não mudavam.

·         Precisamos de transparência e honestidade.

·         O verdadeiro arrependimento genuíno é aquele que a pessoa está disposta a mudar de verdade.