quinta-feira, 27 de novembro de 2025

LIÇÕES DA VIDA DE ANA

TEXTO: Houve um homem de Ramataim-Zofim, da montanha de Efraim, cujo nome era Elcana, filho de Jeroão, filho de Eliú, filho de Toú, filho de Zufe, efrateu. E este tinha duas mulheres: o nome de uma era Ana, e o da outra Penina. E Penina tinha filhos, porém Ana não os tinha. Subia, pois, este homem, da sua cidade, de ano em ano, a adorar e a sacrificar ao Senhor dos Exércitos em Siló; e estavam ali os sacerdotes do Senhor, Hofni e Fineias, os dois filhos de Eli. E sucedeu que no dia em que Elcana sacrificava, dava ele porções a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos, e a todas as suas filhas. Porém a Ana dava uma parte excelente; porque amava a Ana, embora o Senhor lhe tivesse cerrado a madre. E a sua rival excessivamente a provocava, para a irritar; porque o Senhor lhe tinha cerrado a madre. E assim fazia ele de ano em ano. Sempre que Ana subia à casa do Senhor, a outra a irritava; por isso chorava, e não comia. Então Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está mal o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos? Então Ana se levantou, depois que comeram e beberam em Siló; e Eli, sacerdote, estava assentado numa cadeira, junto a um pilar do templo do Senhor. Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou abundantemente. E fez um voto, dizendo: Senhor dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho homem, ao Senhor o darei todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha…1 Samuel 1:1-11


INTRODUÇÃO:  Em sua opinião, o que é mais importante para conquistar uma benção, oração ou atitude? Quando lemos esse texto, vemos quantos desafios e sofrimentos Ana enfrentou, mas Ana era uma mulher de oração e atitude. 


  • QUEM ERA ANA?

  • Ana era casada com Elcana, que tinha duas esposas: Penina e Ana. 

  • Penina tinha filhos, mas Ana era estéril, o que causava grande sofrimento para ela. 

  • Penina, sua rival, a provocava constantemente, tornando a situação insuportável. 

  • Em meio a essa dor, Ana não desistiu e escolheu buscar a Deus em oração.


FRASE DE LIGAÇÃO: Vamos aprender com a vida de Ana: 

1. O sofrimento de Ana: Dor e humilhação 

  • Situação: Ana era estéril e sofria com as provocações de sua rival, Penina, que tinha filhos. 

  • Elcana amava Ana, mas não entendia completamente o sofrimento dela. 

  • Ana queria muito ter um filho. 

  1. Ela não conseguia engravidar. 

  2. Enquanto isso, Penina zombava dela. 

  3. Todo ano, na festa, todo mundo sorria e Ana chorava em silêncio. 

  • O que aprendemos:

  • A vida nem sempre é como sonhamos, e as dificuldades podem nos fazer sentir humilhados e sem esperança. 

  • É normal sentir-se fraco e chorar, e a fraqueza é o lugar onde Deus pode agir.

  • A esterilidade não era uma falha de Ana, mas um propósito divino: 

  • Em 1Sm 1:5: Porém a Ana dava uma parte excelente; porque amava a Ana, embora o Senhor lhe tivesse cerrado a madre. 

  • Existem batalhas que nós enfrentamos que ha um propósito divino. 

  • Apesar das provocações, o que Ana fez?

  • Ela não brigou com ninguém. 

  • Ela não falou mal de ninguem. 

  • Ana levou sua tristeza para Deus, Ele era o único que podia ouvi-la. 

2. A oração de Ana: Dor canalizada em fé

  • Ação: Em meio ao sofrimento, Ana foi ao Tabernáculo para derramar sua alma diante de Deus. 

  • O que aprendemos:

  • Perseverança: Ana não desistiu de orar, mesmo depois de anos de sofrimento. 

  • Fervor e sinceridade: Sua oração não era um pedido comum, mas um clamor sincero de um coração quebrantado e sedento. 

  • Fé individual: A fé de Elcana não era suficiente para suprir a necessidade dela; Ana precisava ter sua própria experiência de fé. 

3. O milagre e o propósito de Deus

  • Oração e consagração: Ana não apenas pediu, mas prometeu a Deus que se Ele lhe desse um filho, ela o consagraria ao Senhor. 

  • Ana não fez um acordo com Deus só para conseguir o que queria. 

  1. Existem muitas pessoas querendo fazer acordos com Deus. 

  2. Existem muitos querendo fazer barganha com Deus. 

  3. Deus não é Deus de acordo e de barganha. 

  • Ana fez uma entrega. 

  1. Ana disse: Se eu tiver um filho, vou devolver para o Senhor. 

  2. Ana falou isso do fundo do coração. 

  • O que aprendemos:

    • Entrega total: A verdadeira oração é mais sobre entregar do que apenas pedir. 

  • Ana não negociou com Deus, ela confiou. 

  • Um propósito maior: A esterilidade de Ana foi uma maneira que Deus usou para que um propósito maior. 

  • O nascimento do profeta Samuel. 

  • Ana teve um filho que se tornou um homem muito importante. 

  • Foi o filho de Ana Samuel que ungiu os reis de Israel. 

  • A resposta de Deus: 

  • Após a oração, o semblante de Ana mudou, ela comeu e seu semblante não era mais triste. 

  • Deus não apenas respondeu ao seu pedido, mas a transformou. 

  • Fidelidade: A história de Ana mostra que Deus ouve

  • Deus responde no tempo certo e transforma a dor em alegria. 

Conclusão

  • Ana nos ensina a persistir na oração, a entregar nossas dores e desejos a Deus e a confiar que Ele pode transformar nossas "Silos" de sofrimento em milagres e propósitos. 

Desafio: Que você não desista de orar, mesmo quando as circunstâncias parecerem desanimadoras. Que você entregue suas dores a Deus, pois Ele pode transformar a amargura em um milagre duradouro.

domingo, 23 de novembro de 2025

OS DOIS PECADORES

TEXTO: E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado… Lucas 18:10-14


INTRODUÇÃO: O texto abordado apresenta para nós uma parábola contada por Jesus. 

  • O que era uma parábola? 

  • As parábolas de Jesus eram histórias curtas e simples 

  • São narrativas alegóricas: Eram histórias que usavam uma linguagem figurada para falar de realidades mais complexas e espirituais.

  • Era uma comparação com a realidade: Utilizavam comparações entre o que era conhecido (a vida cotidiana) e o que era abstrato (o Reino de Deus).

  • Tinha função didática: Ajudavam a ensinar e explicar conceitos difíceis de forma que pudessem ser compreendidos, mesmo que de maneira inicial. 

  • Qual era o objetivo da parábola? 

  • O objetivo era provocar a reflexão, a pessoa aplicá-la à própria vida.

  • Nesta parábola Jesus conta a história de dois homens que subiram para o templo para orar:

  • Os dois vão para a mesma igreja 

  • Os dois vão para o mesmo culto 

  • Eles vão para o mesmo templo. 

  • Os dois estão na oração. 

  • Os dois vão orar ao mesmo Deus 

  • Os dois compartilham do mesmo ambiente de fé. 

  • O ambiente desta parábola era bem conhecido, o templo de Jerusalém

  • O templo era usado não só para os trabalhos religiosos públicos, para o oferecimento de sacrifícios e para a instrução, mas também para as devoções individuais. 

  • Quem eram estes homens? 

  • Um era Fariseu: 

  1. Os fariseus eram um grupo religioso e político judaico do século II a.C.

  2. Eles eram conhecidos por sua devoção rigorosa à Lei escrita e à tradição oral.

  3. Eram "separados" ou "puros" e buscavam aplicar a Lei a todas as áreas da vida 

  • O homem um Publicano

  1. Um cobrador de impostos

  2. Os cobradores de impostos judeus que trabalhavam para o Império Romano

  3. Eles eram amplamente odiados e desprezados por seus conterrâneos. 

  4. Eles cobravam impostos da população para os romanos, frequentemente cobrando valores a mais para enriquecer ilicitamente, o que os tornava vistos como traidores e pecadores.

  • O que esses homens vão fazer? 

  • Eles vão orar!

  • Os judeus de Jerusalém costumavam fazer sua oração nas horas costumeiras (às 9 h da manhã e às 3 h da tarde). 

  1. Contudo, fora dos horários regulares de oração (Lc 1:10; At 3:1) também sempre havia pessoas orando no templo (Lc 2:37; At 22:17). 

  2. O que Lucas quer enfatizar é que um fariseu e um coletor de impostos subiram ao templo para esse fim à mesma hora.

  • A oração deles é diferente. 

  • Um ora de pé, falando consigo mesmo

  • O outro ora de pé, de longe e nem levanta os olhos para cima. 

  • O fariseu ora apontando o pecado do outro. 

  • O publicano ora batendo no peito e reconhecendo seus pecados. 

  • O fariseu fala de suas obras e se gaba delas. 

  • O publicano ora e diz Oh Deus tem misericórdia de mim. 

FRASE DE LIGAÇÃO: Vamos extrair aqui algumas lições para a nossa vida: 

  1. POR QUE JESUS CONTOU ESTA PARÁBOLA?

  1. O verso 9 diz: E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros… 

  2. Quem eram os ouvintes?

  • Gente que estavam cheias de autoconfiança. 

  • Pessoas que estavam muito convictas de sua própria justiça

  • Gente que olhava todos os demais com desprezo, de cima para baixo

  1. QUAL ERA A CONDIÇÃO DESSES HOMENS NA PARÁBOLA: 

  1. O fariseu era tido como homem de cumprimento exemplar rigoroso e inatacável da lei. 

  2. Já o outro, o publicano, era considerado pela opinião geral como uma pessoa que vivia em flagrantes pecados e vícios, e era equiparado aos gentios.

  3. Nós sabemos que a luz da palavra de Deus:

  • Os dois são pecadores. 

  • Os dois carecem da graça de Deus. 

  • Os dois precisam de salvação 

  • Os dois precisam de perdão 

  • Os dois precisam da misericórdia de Deus. 

  1. DUAS ORAÇÕES E DOIS RESULTADOS: 

  1. Os dois foram ao mesmo templo, em uma mesma hora e com o mesmo propósito: orar. 

  • O resultado, porém, foi diferente. 

  • Deus ouviu a oração do publicano, mas não respondeu à oração do fariseu. 

  1. O PERIGO DA AUTOJUSTIFICAÇÃO 

  1. Um coração soberbo. 

  • A experiencia de um adorador que confia em sua própria justiça. 

  • A oração do Fariseu não foi aceita porque evidencia alguns problemas de seu coração

  • Sua oração foi usada como uma autopromoção (v.11) 

  • O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano… 

  1. O texto declara que a primeira atitude do Fariseu foi colocar-se em pé.

  • Isso revela um ponto onde todos podiam observá-lo e ouvi-lo declarar as suas virtudes. 

  • Qual  era o seu objetivo de ficar de pé? 

  • Não era oferecer algum culto a Deus 

  • Não era fazer algum pedido a Deus

  • Seu objetivo era declarar a todos a sua própria religiosidade, sua santidade.

  1. O fariseu não orou. 

  • O que ele fez?

  • Ele fez um discurso eloquente para se autopromover. 

  • Ele não orou; ele tocou trombetas. 

  • Ele não orou; ele aplaudiu a si mesmo.

  1. Sua oração era centrada em si mesmo (v.11)

  • A frase “orava por si mesmo” é na verdade “orava para si mesmo” (pros heauton) e poderia ser entendida como “sobre si mesmo”, 

  • Isso destacando o problema básico por trás de sua oração. 

  • A própria oração usa a primeira pessoa cinco vezes.

  1. William Barclay diz que o fariseu não foi orar; foi apenas informar a Deus acerca do grande homem que ele era.

  • discurso retórico onde ele exibia suas virtudes diante de todos e para Deus.

  1. Sua oração evidenciava sua própria arrogância. 

  • É provável que este homem esteja num ponto mais próximo possível, dentro do permitido, do lugar santo. 

  • Sua aproximação do templo o leva a afastar-se dos demais, 

  • Ele imaginava que ele era bom demais para se misturar com os demais.

  • Ele faz questão de mencionar cada grupo de pecador do qual ele se orgulha por não fazer parte

  • Ele faz questão de mencionar o publicano que também estava no templo. 

  • Para o fariseu aquele publicano nem mesmo merecia estar ali.

  • Para o fariseu todos aqueles deveriam ser excluídos 

  • Para o fariseu, ali não era lugar para eles.  

  • Nas palavras do comentariasta Walter Liedfield: a oração do fariseu expressava toda a essência do farisaísmo 

  • Separação dos outros. 

  • A religião do fariseu o aproxima do templo, mas o afasta da comunidade. 

  • Há muitos, como este homem, que por sua religião estão muito próximos da lei, mas distantes de pessoas

  • Há muitos que julgam os melhores. 

  • Se nossa religião nos distancia de pecadores, não estamos seguindo a religião de Cristo, pois, Cristo misturava-se com os pecadores.

  • Ele mesmo avalia sua propria justiça e santidade. 

  • Ele mesmo julga e condena os outros homens. 

  1. Sua oração não demonstrava necessidade de arrependimento, mas sim confiança em sua própria justiça

  • A base da sua oração não era a graça de Deus. 

  • Ele confiava não em Deus, mas em si mesmo. 

  • Ele orava não para se quebrantar, mas para exaltar-se. 

  • Para o  fariseu, ele não precisava de perdão, nem de arrependimento, porque simplesmente ele não tinha pecados. 

  • Ele era tão justo, tão perfeito, tão correto, tão santo, que qualquer mensagem de santificação, justificação, arrependimento jamais serviria pra ele. 

  • O fariseu entende que uma mensagem que foca a mudança de conduta serve sempre para os outros, nunca para ele.

  • O fariseu entrou no templo cheio de nada e saiu vazio de tudo.

  1. UM CORAÇÃO  VAZIO E QUEBRANTADO. 

  1. O publicano nos exemplifica a verdadeira atitude do coração que Deus espera de todos os homens. 

  2. Sua atitude foi humilde

  • Ele se põe “a distância”. 

  • Certamente ele está no templo, pois ali é onde Deus habita, num sentido especial. 

  • Ele precisa desesperadamente de Deus, do Deus de amor perdoador!

  • Mas, tendo chegado ao templo, ele se põe a distância, bem longe do santuário.

  • Ele se sente envergonhado. 

  • Lucas enfatiza que ele nem mesmo ousa levantar os olhos para o céu. 

  • Ele não se sente digno de estar naquele lugar. 

  • Ele se sente o pior dos homens daquele templo.

  1. Sua confissão foi sincera

  • Ele colocou o “eu” em seu devido lugar. 

  • O publicano confessou claramente que era um pecador. 

  • Ele não apresentou desculpas para o pecado, nem mesmo o escondeu.

  • Ele reconhece que é pecador. 

  • Ele assume seus pecados. 

  • Sua oração não floreada belas palavras 

  • Ele vai direto ao ponto que deseja, ele precisa ser salvo e nada mais importa.

  • A verdadeira cura para a justiça própria é o conhecimento de si mesmo

  1. Seu coração estava quebrantado

  • O publicano bate no peito num gesto de profunda tristeza e comiseração, destacando sua pecaminisidade e injustiça. 

  • Ele esmurra a si mesmo reconhecendo que nada de bom havia nele. 

  • Ele não está olhando para os outros, não está preocupado com o pecado dos outros, ele está aterrorizado por seu próprio pecado.

  • Ele clama: “Ó Deus, sê misericordioso para comigo, o pecador”. 

  • Ele está faminto e sedento por esta grande bênção, a saber: que a ira de Deus seja removida e seu favor.

  • Quanto mais consciência tivermos que somos pecadores, mais perto de Deus nós chegamos e quanto mais santos nos acharmos, mais longe de Deus. 


CONCLUSÃO: Não será o coração de cada ser humano por natureza um fariseu? Vê severamente os pecados de outras pessoas, porém olvida os próprios. O fariseu deixou o templo da mesma maneira como havia entrado nele. Nada havia sido mudado dentro dele. É assim que muitos permanecem, apesar de todas as orações, apesar de toda a leitura da palavra de Deus, sempre as velhas pessoas não-quebrantadas, das quais Deus não se agrada.