domingo, 23 de novembro de 2025

OS DOIS PECADORES

TEXTO: E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao templo, para orar; um, fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano. Jejuo duas vezes na semana, e dou os dízimos de tudo quanto possuo. O publicano, porém, estando em pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque qualquer que a si mesmo se exalta será humilhado, e qualquer que a si mesmo se humilha será exaltado… Lucas 18:10-14


INTRODUÇÃO: O texto abordado apresenta para nós uma parábola contada por Jesus. 

  • O que era uma parábola? 

  • As parábolas de Jesus eram histórias curtas e simples 

  • São narrativas alegóricas: Eram histórias que usavam uma linguagem figurada para falar de realidades mais complexas e espirituais.

  • Era uma comparação com a realidade: Utilizavam comparações entre o que era conhecido (a vida cotidiana) e o que era abstrato (o Reino de Deus).

  • Tinha função didática: Ajudavam a ensinar e explicar conceitos difíceis de forma que pudessem ser compreendidos, mesmo que de maneira inicial. 

  • Qual era o objetivo da parábola? 

  • O objetivo era provocar a reflexão, a pessoa aplicá-la à própria vida.

  • Nesta parábola Jesus conta a história de dois homens que subiram para o templo para orar:

  • Os dois vão para a mesma igreja 

  • Os dois vão para o mesmo culto 

  • Eles vão para o mesmo templo. 

  • Os dois estão na oração. 

  • Os dois vão orar ao mesmo Deus 

  • Os dois compartilham do mesmo ambiente de fé. 

  • O ambiente desta parábola era bem conhecido, o templo de Jerusalém

  • O templo era usado não só para os trabalhos religiosos públicos, para o oferecimento de sacrifícios e para a instrução, mas também para as devoções individuais. 

  • Quem eram estes homens? 

  • Um era Fariseu: 

  1. Os fariseus eram um grupo religioso e político judaico do século II a.C.

  2. Eles eram conhecidos por sua devoção rigorosa à Lei escrita e à tradição oral.

  3. Eram "separados" ou "puros" e buscavam aplicar a Lei a todas as áreas da vida 

  • O homem um Publicano

  1. Um cobrador de impostos

  2. Os cobradores de impostos judeus que trabalhavam para o Império Romano

  3. Eles eram amplamente odiados e desprezados por seus conterrâneos. 

  4. Eles cobravam impostos da população para os romanos, frequentemente cobrando valores a mais para enriquecer ilicitamente, o que os tornava vistos como traidores e pecadores.

  • O que esses homens vão fazer? 

  • Eles vão orar!

  • Os judeus de Jerusalém costumavam fazer sua oração nas horas costumeiras (às 9 h da manhã e às 3 h da tarde). 

  1. Contudo, fora dos horários regulares de oração (Lc 1:10; At 3:1) também sempre havia pessoas orando no templo (Lc 2:37; At 22:17). 

  2. O que Lucas quer enfatizar é que um fariseu e um coletor de impostos subiram ao templo para esse fim à mesma hora.

  • A oração deles é diferente. 

  • Um ora de pé, falando consigo mesmo

  • O outro ora de pé, de longe e nem levanta os olhos para cima. 

  • O fariseu ora apontando o pecado do outro. 

  • O publicano ora batendo no peito e reconhecendo seus pecados. 

  • O fariseu fala de suas obras e se gaba delas. 

  • O publicano ora e diz Oh Deus tem misericórdia de mim. 

FRASE DE LIGAÇÃO: Vamos extrair aqui algumas lições para a nossa vida: 

  1. POR QUE JESUS CONTOU ESTA PARÁBOLA?

  1. O verso 9 diz: E disse também esta parábola a uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros… 

  2. Quem eram os ouvintes?

  • Gente que estavam cheias de autoconfiança. 

  • Pessoas que estavam muito convictas de sua própria justiça

  • Gente que olhava todos os demais com desprezo, de cima para baixo

  1. QUAL ERA A CONDIÇÃO DESSES HOMENS NA PARÁBOLA: 

  1. O fariseu era tido como homem de cumprimento exemplar rigoroso e inatacável da lei. 

  2. Já o outro, o publicano, era considerado pela opinião geral como uma pessoa que vivia em flagrantes pecados e vícios, e era equiparado aos gentios.

  3. Nós sabemos que a luz da palavra de Deus:

  • Os dois são pecadores. 

  • Os dois carecem da graça de Deus. 

  • Os dois precisam de salvação 

  • Os dois precisam de perdão 

  • Os dois precisam da misericórdia de Deus. 

  1. DUAS ORAÇÕES E DOIS RESULTADOS: 

  1. Os dois foram ao mesmo templo, em uma mesma hora e com o mesmo propósito: orar. 

  • O resultado, porém, foi diferente. 

  • Deus ouviu a oração do publicano, mas não respondeu à oração do fariseu. 

  1. O PERIGO DA AUTOJUSTIFICAÇÃO 

  1. Um coração soberbo. 

  • A experiencia de um adorador que confia em sua própria justiça. 

  • A oração do Fariseu não foi aceita porque evidencia alguns problemas de seu coração

  • Sua oração foi usada como uma autopromoção (v.11) 

  • O fariseu, estando em pé, orava consigo desta maneira: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano… 

  1. O texto declara que a primeira atitude do Fariseu foi colocar-se em pé.

  • Isso revela um ponto onde todos podiam observá-lo e ouvi-lo declarar as suas virtudes. 

  • Qual  era o seu objetivo de ficar de pé? 

  • Não era oferecer algum culto a Deus 

  • Não era fazer algum pedido a Deus

  • Seu objetivo era declarar a todos a sua própria religiosidade, sua santidade.

  1. O fariseu não orou. 

  • O que ele fez?

  • Ele fez um discurso eloquente para se autopromover. 

  • Ele não orou; ele tocou trombetas. 

  • Ele não orou; ele aplaudiu a si mesmo.

  1. Sua oração era centrada em si mesmo (v.11)

  • A frase “orava por si mesmo” é na verdade “orava para si mesmo” (pros heauton) e poderia ser entendida como “sobre si mesmo”, 

  • Isso destacando o problema básico por trás de sua oração. 

  • A própria oração usa a primeira pessoa cinco vezes.

  1. William Barclay diz que o fariseu não foi orar; foi apenas informar a Deus acerca do grande homem que ele era.

  • discurso retórico onde ele exibia suas virtudes diante de todos e para Deus.

  1. Sua oração evidenciava sua própria arrogância. 

  • É provável que este homem esteja num ponto mais próximo possível, dentro do permitido, do lugar santo. 

  • Sua aproximação do templo o leva a afastar-se dos demais, 

  • Ele imaginava que ele era bom demais para se misturar com os demais.

  • Ele faz questão de mencionar cada grupo de pecador do qual ele se orgulha por não fazer parte

  • Ele faz questão de mencionar o publicano que também estava no templo. 

  • Para o fariseu aquele publicano nem mesmo merecia estar ali.

  • Para o fariseu todos aqueles deveriam ser excluídos 

  • Para o fariseu, ali não era lugar para eles.  

  • Nas palavras do comentariasta Walter Liedfield: a oração do fariseu expressava toda a essência do farisaísmo 

  • Separação dos outros. 

  • A religião do fariseu o aproxima do templo, mas o afasta da comunidade. 

  • Há muitos, como este homem, que por sua religião estão muito próximos da lei, mas distantes de pessoas

  • Há muitos que julgam os melhores. 

  • Se nossa religião nos distancia de pecadores, não estamos seguindo a religião de Cristo, pois, Cristo misturava-se com os pecadores.

  • Ele mesmo avalia sua propria justiça e santidade. 

  • Ele mesmo julga e condena os outros homens. 

  1. Sua oração não demonstrava necessidade de arrependimento, mas sim confiança em sua própria justiça

  • A base da sua oração não era a graça de Deus. 

  • Ele confiava não em Deus, mas em si mesmo. 

  • Ele orava não para se quebrantar, mas para exaltar-se. 

  • Para o  fariseu, ele não precisava de perdão, nem de arrependimento, porque simplesmente ele não tinha pecados. 

  • Ele era tão justo, tão perfeito, tão correto, tão santo, que qualquer mensagem de santificação, justificação, arrependimento jamais serviria pra ele. 

  • O fariseu entende que uma mensagem que foca a mudança de conduta serve sempre para os outros, nunca para ele.

  • O fariseu entrou no templo cheio de nada e saiu vazio de tudo.

  1. UM CORAÇÃO  VAZIO E QUEBRANTADO. 

  1. O publicano nos exemplifica a verdadeira atitude do coração que Deus espera de todos os homens. 

  2. Sua atitude foi humilde

  • Ele se põe “a distância”. 

  • Certamente ele está no templo, pois ali é onde Deus habita, num sentido especial. 

  • Ele precisa desesperadamente de Deus, do Deus de amor perdoador!

  • Mas, tendo chegado ao templo, ele se põe a distância, bem longe do santuário.

  • Ele se sente envergonhado. 

  • Lucas enfatiza que ele nem mesmo ousa levantar os olhos para o céu. 

  • Ele não se sente digno de estar naquele lugar. 

  • Ele se sente o pior dos homens daquele templo.

  1. Sua confissão foi sincera

  • Ele colocou o “eu” em seu devido lugar. 

  • O publicano confessou claramente que era um pecador. 

  • Ele não apresentou desculpas para o pecado, nem mesmo o escondeu.

  • Ele reconhece que é pecador. 

  • Ele assume seus pecados. 

  • Sua oração não floreada belas palavras 

  • Ele vai direto ao ponto que deseja, ele precisa ser salvo e nada mais importa.

  • A verdadeira cura para a justiça própria é o conhecimento de si mesmo

  1. Seu coração estava quebrantado

  • O publicano bate no peito num gesto de profunda tristeza e comiseração, destacando sua pecaminisidade e injustiça. 

  • Ele esmurra a si mesmo reconhecendo que nada de bom havia nele. 

  • Ele não está olhando para os outros, não está preocupado com o pecado dos outros, ele está aterrorizado por seu próprio pecado.

  • Ele clama: “Ó Deus, sê misericordioso para comigo, o pecador”. 

  • Ele está faminto e sedento por esta grande bênção, a saber: que a ira de Deus seja removida e seu favor.

  • Quanto mais consciência tivermos que somos pecadores, mais perto de Deus nós chegamos e quanto mais santos nos acharmos, mais longe de Deus. 


CONCLUSÃO: Não será o coração de cada ser humano por natureza um fariseu? Vê severamente os pecados de outras pessoas, porém olvida os próprios. O fariseu deixou o templo da mesma maneira como havia entrado nele. Nada havia sido mudado dentro dele. É assim que muitos permanecem, apesar de todas as orações, apesar de toda a leitura da palavra de Deus, sempre as velhas pessoas não-quebrantadas, das quais Deus não se agrada.

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